sábado, 31 de julho de 2010

Sad

Com o nascimento do filhote da minha prima voltaram todas as emoções e sentimentos que tenho tentado manter ocultos.

Há 5 meses atrás senti um misto de sentimentos: raiva, culpa, medo e até ódio, hoje 5 meses depois ainda estou à espera de um telefonema da MBB, para saber se posso ou não ter mais filhos saudáveis ou se vou correr sempre o risco de vir a ter filhos com deficiências. Estou desesperadamente ansiosa para ouvir coisas positivas, pois o medo de viver tudo outra vez é mais forte do que a vontade de voltar a ser mãe.
O que mais me custava e custa ouvir é:

” Foi melhor assim, se o bebé tinha problemas, até foi bom assim”

“Não desanimes, vai correr tudo bem, ainda és nova, logo tens outro”

Mas que raio estamos a falar de um filho, não de um carro ou de um livro ou de qualquer objecto inanimado sem significado e substituível.

Por vezes ainda não aceito o que aconteceu… sinto saudades do meu bebé que lutou pela vida e não conseguiu sobreviver…e eu? Será que algum dia vou conseguir superar esta dor, este vazio que sinto?


O meu bebé vai sempre fazer parte de mim, do pai e do mano, não sei se outro filho(a) irá apaziguar esta dor que ainda hoje sinto…

Perdi dois bebés, que toda a gente teima em dizer que não eram bebés porque era ainda muito cedo, mas a dor foi minha e o que essas pessoas me dizem é absurdo demais…

Chorei como nunca na minha vida, só me apetecia morrer, quando finalmente consegui parar de chorar só me passava pela cabeça… como é que eu ia contar ao meu filho, Cristiano… que já falava imenso no mano ou mana com quem ia brincar e até já tinha escolhido quais os brinquedos que lhe ia dar.

3 comentários:

  1. Vim aqui só dar uma força, porque sei que há dias que o nosso coração só lhe abetece chorar.

    Claro que vais voltar a sorrir.
    Também eu perdi o meu filhote às 23 semanas e não há um dia que eu não pense nele. Em novembro fazem 2 anos e hoje já falo dele com mais carinho e com menos dor. O tempo ensinou-me a viver com esta perda.
    Ele existiu e falo dele normalmente, quer os outros gostem ou não. Revoltou-me muito que muita gente quissesse que eu esquece-se mas eu considero que tem a ver com as mentalidades. Se calhar foi isso que o meu filho me trouxe, que eu possa mudar mentalidades e ajudar outros que passem pelo menos.
    Agora esquecer NUNCA!!!
    Força!!! A vida com o tempo volta ao normal mas a história não muda e os teus filhos fazem parte da tua vida, não deixes que os outros tentem mudar a tua história.
    Não sei se tens tido apoio psicológico. Eu quase 2 anos depois ainda estou a ser seguida e tem sido uma grande ajuda.
    Hoje sinto-me pronta a tentar ter outro filho, sem nunca esquecer o meu primeiro filho que estará sempre no meu coração.
    Um abraço apertadinho.

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  2. Querida amiga.
    Desanimar, nunca. Aquele ditado que diz:- Por morrer uma andorinha, não acaba a Primavera, é verdadeiro.
    Bem sei que não se trata de uma andorinha, mas a Primavera virá novamente. Força, muita força e, verás que tudo será recompensado. Acredito na tua perda, mas a vida também é um jogo, umas vezes perdemos, outras ganhamos. Tu Vais ganhar. Um apertado abraço deste teu amigo virtual. João

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  3. Quero deixar te um beijinho.As pessoas que te rodeiam jamais vão entender aquilo que sentes. só quem passa pela dor de perder um filho percebe a tristeza que nos invade. Pode passar 1 mês, 1 ano, uma vida. Ele fará sempre parte de ti. O meu Miguel já estaria com 2 anos e meio e todos os dias os meus olhos se enchem de lágrimas e o meu coração fica apertado questionando Deus porque me roubou o meu filho! Com o tempo vamos aprendendo a lidar com a dor, mas passar acho que nunca vai passar. Resta me desejar te apenas que tenhas força e coragem.

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