Q - 414 - Teste Covid nas escolas

Quase duas semanas depois do regresso às aulas em modo presencial eis que é dia de fazer teste ao Covid para os 10º, 11º e 12º anos... a minha dúvida é: porque é que eles fazem e todos os outros (cerca de 800 alunos) não fazem????? 

Há coisas que não consigo entender, e o fazer agora é o mesmo que nada... Se algum estivesse infectado já teria infectado os colegas nestas duas semanas... Apesar de haver espaços distintos para cada turma, no autocarro vão alunos de várias turmas e de vários anos.... 

Q - 413 - Aniversário

Ontem foi o aniversário do meu marido, fiz um esforço enorme para fazer uma tarte para cantarmos os Parabéns, chorei mais do que cantei, pois costumava ser um dia em que nos juntávamos todos e como tal enquanto fiz o jantar e a tarte só pensava que o meu pai não estaria ali nunca mais... Daqui a dois dias faz dois meses que partiu e eu continuo à espera de o ver todos os dias...

Q - 411 - A decisão foi... Não...

No fim de ponderar os prós e os contras, a decisão da minha mãe foi, não ser vacinada, pelo menos para já. Resumindo o que ela pensou: 

Prós: se apanhar o vírus não terei sintomas tão graves como se não tiver sido vacinada, posso andar um pouco mais descansada na rua.

Contras: Já tive vários AVC's e AIT's, tenho um Aneurisma na aorta, já me sinto tão cansada diariamente como será se tiver sintomas associados à vacina? não estou bem a nível psicológico para enfrentar possíveis sequelas da vacina. 

Resultado: falou com as enfermeiras que estavam no posto de vacinação, explicou os problemas de saúde que tinha e elas compreensivelmente disseram-lhe que se mais tarde quiser ser vacinada terá de se dirigir ao Centro de Saúde e falar com a enfermeira de serviço. 

Já marcou consulta com o neurologista e depois de saber a opinião dele decidirá com mais certezas.

Por um lado fiquei aliviada, por outro não... é muito complicado...

Q - 410 - Vacinar, Sim ou Não?

Hoje é este o dilema, a minha mãe recebeu o telefonema na sexta-feira a informar que seria vacinada hoje à tarde, a vontade dela sempre foi não ser vacinada por todos os problemas de saúde que tem/teve, mas mesmo assim vai até lá e diz que depois decide, se for AstraZeneca não, se for Pfizer talvez sim... pelo sim pelo não dei-lhe um beijinho no cabelo e um abraçinho... com máscara mas a querer dizer que apoio qualquer que seja a decisão mas que não posso decidir por ela...

Q - 404 - Dia Sim, Dia Não!!!

Ontem foi o recomeço das aulas presenciais para o meu filho e felizmente foi um dia bom, com 4 horas de aulas práticas no Laboratório, o que foi excelente depois de 3 meses só de teoria. O almoço também foi bom e apenas teve contratempo com o autocarro para vir para casa, houve uma troca e teve de esperar mais 20 minutos que o normal... resumindo, chegou a casa feliz e isso é o mais importante. Supostamente irá fazer teste ao Covid esta semana mas ainda não se sabe quando!!!! 

Hoje, para mim, está a ser um dia Não... comecei o dia com vontade de chorar, passei no cemitério e não melhorou, não consigo concentrar-me no trabalho e só me apetece ler mensagens de antigamente (antes do covid, antes do meu pai falecer), pura e simplesmente de antes... quando apesar de haver muitas nuvens negras não havia apenas noite à minha volta. Temos dias melhores e dias piores, são as fases do luto, nem consigo perceber em qual estou, pois sinto que passo por elas todas ao longo do dia.

• Primeiro estágio: Negação. 

• Segundo estágio: Raiva. 

• Terceiro estágio: Negociação/Barganha. 

• Quarto estágio: Depressão. 

• Quinto estágio: Aceitação. 

 

Q - 401 - Caminhada

Hoje fui com a minha mãe e o meu filho fazer uma caminhada que se prolongou por 3 horas, pois ela quis ir ver a maioria dos pinhais que são dela para nos mostrar os marcos, pois eu só conheço alguns visto não ir a todos regularmente e esta é uma das barreiras pela qual passamos.

Q - 398 - Não é por se falar mais alto que se tem mais razão

Faz amanhã dois meses que voltei a trabalhar e conheci hoje o patrão, até agora só tinha conhecido um dos filhos e ... não têm nada a ver, o sr foi super simpático, disse bom dia, perguntou como estava a correr o trabalho e pelo colega de sala. Mais tarde voltou para falar com o designer e sempre com um tom de voz cordial, que nos leva a querer escutá-lo, sem estar aos berros como é apanágio do descendente que já nem podemos ouvir quanto mais escutar... e mais uma vez reitero...não é por falarem mais alto que têm mais razão...

A quantidade de pessoas que já entrou e saiu nestes dois meses quer dizer isso mesmo... parece-me que houve mais um a sair esta semana e outro que diz que só vai aguardar os dois meses para terminar o contrato... não é aos berros e a tratar mal as pessoas que elas vão ficar na empresa...mas lá está, estão habituados a lidar com porcos (No grupo a maioria das empresas são pecuárias) que nem sabem lidar com pessoas, faz-lhes falta tirarem as formações que tirei em Dezembro de "Liderança e Motivação de Equipas" e "Gestão do Stress Profissional".

Q - 397 - Para o ano...

Há 397 dias que andamos a dizer "Para o ano..." (festejamos, vamos ali, vamos acolá, fazemos isto, fazemos aquilo) o que é certo é que já passou um ano e há muitas coisas que já não poderemos fazer para o ano... O covid roubou-nos tantas coisas, tantas memórias, tanta vida...

Passamos o ano a dizer que para o ano comemoramos os aniversários e como eu sinto não o ter feito no último ano... e agora já nunca mais o poder fazer...

Há momentos em que me apetece chorar ao pensar que nunca mais haverá o aniversário de Outubro... e nem sei o que pensar pois estou a aperceber-me que a minha mãe não está bem, toda a gente diz que é normal, mas de normal não tem nada, a perda de memória dela de há um mês deixa-me muito preocupada...

Não entendo como há pessoas que continuam a vida como se nada se passasse, as esplanadas, os cafés, está tudo cheio quando passo de carro às 7:45 da manhã, até me faz confusão, não há máscaras, distanciamento e as pessoas estão na amena cavaqueira como se o mundo não estivesse a viver uma pandemia...assim nunca mais nos livramos disto...

Q - 393 - Do emprego

Ainda não estou aqui há dois meses e já passo os dias a contar quantos faltam para acabar o contrato  e ir embora. Vim para umas funções, estive nelas 1 mês e meio e agora lembraram-se de me mandar para um escritório que existe no meio de um dos pavilhões da produção, onde praticamente não vejo ninguém o dia todo e a minha companhia são um bando de pombos que por ali anda, passo o dia a lançar as produções e as horas dos funcionários e a tentar dar andamento ao processo da qualidade...só não percebo porque tive de vir para aqui...a casa de banho mais próxima é no antigo escritório onde estava, que fica a 300 passos !!! (já deu para os contar pois faço esse caminho todos os dias pelo menos 4 vezes... para picar o ponto, para lanchar, para almoçar, para entrar/sair) de onde estou agora...sim os pavilhões têm mais de 1200 metros...

A pessoa que estava de baixa já voltou e está a fazer o que eu fazia antes, a que a veio substituir não faz nada de jeito e era para ir para outra empresa do grupo quando ela regressasse mas tal não aconteceu e ninguém está a perceber o que se está a passar nem qual é a ideia dos patrões... entretanto na quarta-feira trocaram-lhes as funções e ontem acabaram por dizer que a que veio de baixa vai para a semana 15 dias de férias ???!!!

A única coisa boa é ser perto de casa e ajudar-me a espairecer a cabeça... mas detesto o ambiente de intrigas e de gente que não sabe o que anda a fazer, agora é preto, daqui a pouco é branco. a meio do dia passa a amarelo e no final é azul ???!!!!!!!!

E já começo a pensar que faltam 4 meses e 5 dias para acabar o contrato....por um lado estava contente por ter voltado a trabalhar mas por outro não gosto de agora me dizerem uma coisa e daqui a pouco ser outra... ser contratada para um lugar/função e agora estar noutra totalmente diferente... Aceitei o ordenado por ser para algo básico e agora estou a fazer de "engenheira da qualidade" porque não querem pagar esse ordenado a ninguém!!! nem a mim...

Q - 390

Mais um dia que começou com uma visita rápida ao cemitério antes de vir trabalhar, rezar um pouco e pedir ajuda para enfrentar um novo dia é um ritual quase diário que se por um lado me faz chorar por outro me faz sentir bem, não há lá ninguém às 7:30 da manhã e então posso falar contigo à vontade...

Incrível como há pessoas que me têm ajudado imenso nesta fase, pessoas que eu nunca pensei que algum dia me viessem ajudar desta forma e em contrapartida há muitas que não o fazem, como se a tua morte os fizesse recordar que os próprios pais pudessem morrer ou como se fosse algo contagioso... a mesma reacção que tiveram há 18 anos quando tiveste o cancro do cólon...sabes como somos, perdoamos mas não esquecemos...

A baixinha tem se aguentado melhor do que eu esperava, claro que tem crises de choro mas depois tenta animar falando contigo e relembrando o que nos dizias.

A Alexandra disse que no dia do teu funeral viu duas pombas brancas de manhã, junto ao local onde te sentiste mal ao pé da caixa do correio dela e que interpretou como sendo o pai dela a vir-te esperar para te levar com ele... se assim foi acredito que neste momento estejam ambos bem, com a vossa alegria característica, não sei se era por terem nascido no mesmo dia apesar dos dois anos que vos separavam.

Um beijinho e até um dia...

Q - 389 - Pelo Galinheiro

Hoje vieram mais 6 animais cá para casa, eram para ser 3 galinhas e afinal vieram 6 galinhas mas bebés... 3 poedeiras e 3 pretas que parecem melros, estão juntas com os pintos que vieram a semana passada pois são do mesmo tamanho.

E no espaço de uma semana passaram de 4 para 17... e as minhas manhãs passaram a ser ainda mais corridas...

Continuo a escrever os ovos e as despesas com elas...apesar de andar um pouco mais desactualizado este ano... por todos os motivos e mais alguns...

Q - 385 - Um mês sem ti

E já passou um mês, por vezes ainda parece que é mentira e que te vou ver ao chegar a tua casa a abrir-me a porta e depois... e depois não estás lá. Os cães procuram por ti sempre que são soltos do canil e passaram o dia do teu funeral sem tocar na comida, as galinhas igual...

Tem sido muito difícil controlar as lágrimas, sempre que vou ao quintal espero ver-te... nunca mais assobiei como fazia para saber se estavas no pátio ou no quintal... O Cris não voltou a ir lá a casa pelo mesmo motivo...não estares lá para nos receber. Tenho entrado pela eira para não ficar à espera de te ver atrás da porta.

Hoje houve missa por ti na Calvaria e a semana passada no Chão Pardo... e há cânticos que me fazem logo chorar.

Apesar de falar imenso contigo não é a mesma coisa... pois tu não respondes, não contas uma história. uma anedota...