Hoje é o 1º Aniversário do "sobrinho" mais novo, que nasceu exatamente no mesmo dia que eu comecei a trabalhar na Associação, 19 anos depois voltei a trabalhar em Leiria e um ano depois confesso que não tinha saudades, o barulho constante dos carros e das pessoas na rua, o trânsito a passo de caracol, a dificuldade em estacionar a menos de 7 minutos a pé, a correria constante. Quando antes trabalhei em Leiria era na periferia, agora é numa das Avenidas mais conhecidas e isso muda tudo...
Neste ano as minhas tarefas mais do que duplicaram, e vejo colegas que andam o dia todo a passear entre as várias salas, literalmente, que até hoje não houve uma semana em que fossem pontuais e que dizem sempre que têm muito trabalho, apesar de só terem uma área de trabalho, por outro lado o salário aumentou um pouquinho, menos do que o dos colegas porque, lá está, aumentam o valor pela antiguidade e não pelas tarefas realizadas, apesar de não ser algo muito stressante como outros empregos que tive, sinto muita falta do silêncio que existia, do conseguir começar uma tarefa e acabar sem ser constantemente interrompida... Acho que estou a ficar velha, é o que é, já não tenho paciência para muita coisa :)
Na Associação a equipa de limpeza é constituída por duas moças brasileiras que vêm 1 h às quartas e às quintas e engraçado que elas dizem que quando voltarem ao Brasil o que sentirão mais falta será do silêncio... e eu a pensar "mas qual silêncio, isto é carros, motas, ambulâncias, obras, limpezas de prédios, operários da construção civil com a música tão alta que se ouve na avenida toda, clientes de uma superfície comercial que fica aqui ao lado a falar super alto (e nós estamos 2 pisos acima) como é que elas dizem que é silêncio?" E fiquei a imaginar como será no Brasil, como é que alguém se consegue concentrar nas tarefas diárias e produzir alguma coisa de jeito?
Sei que o isolamento do prédio é mau, ouve-se tudo quase como se estivéssemos na rua, que o calor e o frio entram quase como se não houvesse janelas/sacadas, que se alguém no prédio for a falar nas escadas é como se estivessem dentro do escritório e vice-versa, o cão do piso de cima a brincar ouve-se como se estivesse connosco e até o cheiro da comida da vizinha de cima entra, sabe-se lá por onde, mas mesmo assim é muito ruído do exterior, tem dias que não nos ouvimos uns aos outros no escritório e estamos aos berros...
Davam-me tanto jeito as minhas janelas/sacadas e essencialmente o meu telheiro para poder estacionar à vontade e não ter de sair meia hora mais cedo de casa... claro que um aumentozito em Janeiro também daria jeito, vamos ver...
Até lá é 49º Jantar de aniversário da Associação, Jantar de Natal, Edição 100 da revista semestral, circulares, carradas de concursos públicos a enviar aos associados, etc, etc....