quarta-feira, 25 de abril de 2012

Não entendo... (post controverso)


Se há algo que me faz confusão é o ter-se mantido este feriado e terem sido abolidos o 5 de Outubro e o 1 de Dezembro.


Será que é mais importante uma revolução ou será muito mais importante a implantação da República Portuguesa, em 1910, que põe termo à monarquia então vigente (sob a qual eu acho que estaríamos muito mais bem governados) ou  a restauração da independência de Portugal em 1640, que pôs fim aos 60 anos de domínio espanhol.


Tal como já comentei noutro blog, deixo opinião de alguém que apesar de não ter vivido nesse tempo sempre ouviu falar dele pela positiva e não pela negativa.


Existe muita liberdade em relação a muitas coisas que não havia antes do 25 de Abril, mas será assim tudo tão cor-de-rosa?
E a liberdade de podermos andar na rua sem medo de sermos assaltados, assassinados, pontapeados, etc, e a liberdade de podermos deixar os filhos irem para a escola sozinhos sem medo de serem raptados, e a liberdade de podermos deixar as portas abertas e irmos ali ao lado a casa da vizinha sem o medo de quando chegássemos a casa em vez de uma TV tivéssemos lá duas (not), será que a liberdade que temos hoje em dia é assim tão boa?


E a incerteza de um emprego que nos contagia a todos, antes quando as pessoas tinham um emprego era para a vida toda, hoje com sorte dura meia dúzia de anos, se a mocidade tinha hipótese de tirar um curso tinham um emprego garantido à saída da Universidade e hoje???????


Por vezes o excesso de liberdade faz mais mal que bem, liberdade sem responsabilidade é muito pior do que não ter liberdade...

Deixando-vos com uma das célebres músicas da data:



Ontem apenas

fomos a voz sufocada

dum povo a dizer não quero;
fomos os bobos-do-rei
mastigando desespero.

Ontem apenas
fomos o povo a chorar
na sarjeta dos que, à força,
ultrajaram e venderam
esta terra, hoje nossa.

Uma gaivota voava, voava,
assas de vento,
coração de mar.
Como ela, somos livres,
somos livres de voar.

Uma papoila crescia, crescia,
grito vermelho
num campo cualquer.
Como ela somos livres,
somos livres de crescer.

Uma criança dizia, dizia
"quando for grande
não vou combater".
Como ela, somos livres,
somos livres de dizer.

Somos um povo que cerra fileiras,
parte à conquista
do pão e da paz.
Somos livres, somos livres,
não voltaremos atrás.



Mas mais confusão ainda me irá fazer a abolição de outros feriados religiosos, afinal de contas somos um país católico ou será que em 500 anos passámos todos a ateus, eu não e vocês?


3 comentários:

  1. Na minha humilde opinião não deveriam ter desaparecido nenhum dos feriados mas sim as pontes. É que no fundo, vamos ver se não forçaram todos a trocar os feriados em prol das pontes só de alguns.

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  2. Esta conversa vem de facto já de outro blog e se calhar vai achar que estou a invadir o seu espaço mas não consigo não comentar.
    Ignorar o 25 de Abril como um marco histórico do nosso país é ignorar os cidadãos do mesmo como pessoas.
    Por muitas coisas boas que possa ver nos anos de ditadura (coisas que realmente não consigo ver porque não concebo a felicidade sem liberdade), é impossível não concordar com a importância que a revolução teve. Mudou tudo nesse dia, para melhor penso eu, para pior pensará a Marisa.
    Continuo a achar que defender uma ditadura com exemplos das coisas boas que fez pelo país e esquecer que essas coisas foram à custa de vidas, de liberdade, de atraso perante todos os outros países é,para mim inconcebível.
    E mais inconcebível é colocar bens materiais à frente de direitos humanos.
    Prefiro mil vezes levar o meu filho de mão dada à escola todos os dias com medo de assaltos e saber que ele pode crescer e ter a sua opinião (sem ser formatado por uma ideologia que apoiava a ignorância e que governava com base no medo e não no respeito) do que viver num país seguro e equilibradinho em que temos de ser todos iguais e pensar muito pouco.
    O bem maior do 25 de Abril foi a liberdade de pensamento e o acesso à informação. Pode estar tudo muito mau, mas está mau porque assim decidimos e não porque um auto-intitulado omnipotente Salazar assim o decidiu.
    Os valores da liberdade são os que mais quero transmitir aos meus filhos e ensinar-lhes sempre a importância do 25 de Abril.

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