sexta-feira, 21 de setembro de 2018

O que fazer quando recebemos o salário?

Como sabem, neste momento estou desempregada e a receber subsídio de desemprego ao dia 25 de cada mês, assim tive que alterar algumas rotinas do dia 1 para o dia 25. Sempre fui muito poupada e isso valeu-me paz de espírito nesta fase em que a Segurança Social fica com 35% do Subsídio em vez de transferir 100%. Nunca fui aquela pessoa que assim que recebia ia comemorar, não, sempre soube controlar esse impulso e assim nunca "sobrar mês".
Ao receber o seu salário, separe um valor a ser poupado
Faça isso na hora que seu pagamento for creditado na conta, existem algumas formas de fazer isso e garantir que uma parte do seu salário seja devidamente guardado, mas a melhor delas ainda é a transferência automática.
Certamente o seu banco tem essa funcionalidade que pode ser programada através do internet banking, telefone ou pessoalmente na agência bancária. Se receber o seu salário no dia 30, programe uma transferência a ser feita mensalmente ao dia 30, da sua conta corrente para sua poupança , dessa forma nem precisa se preocupar ou ter que lembrar de tomar alguma acção para que isso aconteça e até se vai esquecer dele pois é como se nunca tivesse existido.
O valor que vai poupar depende muito das prioridades e da sua situação financeira actual.

Eu recomendo muito, depois de ter lido já imensos livros sobre finanças/poupança, que se deve considerar poupar 10% do salário líquido. Pode parecer muito, mas quando se faz a transferência automaticamente no dia que se recebe acabamos adaptando o orçamento e não contamos mais com esse valor. E o melhor, pode-se poupar para realizar algum sonho, para alguma emergência, ou os dois.
Exemplo: Vamos supor que você recebe 1.000,00 líquido de salário (usando número “redondo” para facilitar a conta!, quem me dera receber este valor mas fora de Lisboa é muuuuuito difícil). Separe, via transferência automática, 100,00 para ser poupado. Sobram 900,00 para a próxima fase!
Separe o valor das suas despesas fixas
Prioridades primeiro: verifique quais as despesas fixas para saber qual o valor a ser destinado para o pagamento dessas contas. São despesas consideradas fixas a renda ou o empréstimo de imóvel, carro, condomínio, luz, água, gás, educação, transporte, alimentação, plano de saúde (e outras despesas relacionadas).
São as despesas essenciais para a manutenção da casa e da família.
Idealmente, o valor das suas despesas fixas não deve ultrapassar 50% da remuneração líquida. 
Continuando com o mesmo exemplo: após poupar 10% do seu salário líquido, ficou 900,00 para distribuir entre as  despesas fixas e as despesas variáveis. Vamos supor que o empréstimo da casa são 250,00, o condomínio são 75,00,  25,00 de água, 50,00 de luz, 100,00 de transporte, Supermercado 200,00, 50,00 de TV+Tlm+Internet (valores totalmente ilustrativos e sem intenção nenhuma de refletir a realidade, ok?). 
O total dessas despesas é de 750,00.
Ao fazer estas contas verificamos que os gastos fixos estão altos demais para o salário – neste caso, somam 75% do salário líquido, muito além dos 50% recomendados. 
Agora pode-se tomar as decisões necessárias: economizar na conta de luz e de água, diminuir gastos com transporte, trocar para um telemóvel pré-pago, cancelar a TV cabo, até decisões maiores como encontrar um local onde a renda ou o condomínio sejam mais baratos.
Pode também tentar equilibrar o outro lado da balança, aumentando os rendimentos, ainda que temporariamente: vender roupa, objectos de decoração, livros, etc, que já não precise, arrumar um part-time temporário, revender produtos de beleza, etc. para tentar equilibrar a vida financeira.

Se conseguir aumentar um pouco os rendimentos e diminuir as despesas, excelente, é o caminho certo para uma vida sem dívidas e com poupanças.
Um último passo a fazer logo após receber o salário.
Direccionar parte do valor restante para despesas variáveis
E o que são as despesas variáveis: entretenimento, vestuário, calçado, livros, compras, e qualquer outro gasto que não seja essencial. Ao contrário das suas despesas fixas, que normalmente não podem ser interrompidas, esses gastos não só podem como devem ser suspensos sempre que necessário.
No exemplo, sobraram apenas 150,00 no final do mês, após a poupança e as contas.

Vamos supor que há um aniversário neste mês e quer dar um presente, ou precisa comprar um presente para alguém querido, e acabou gastando 50,00. Começamos com 1.000,00 e terminamos com 100,00.
Claro que este exemplo é fictício, mas o objectivo foi demonstrar que, com algumas acções muito simples, consegue-se determinar, de forma geral, onde está o problema com as nossas finanças: pode estar nas suas despesas fixas, nos gastos variáveis, ou no fato de não se conseguir poupar nada do salário. A notícia boa é que, em qualquer um dos casos, é possível determinar algumas acções que vão ajudar a sair do vermelho – ou permanecer no azul.

3 comentários:

  1. Eu já nem sei é por onde poupar mais.
    É com cada ginástica.
    Mas tenho pena é que acontecem sempre imprevistos.

    Beijocas

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  2. Olá!

    Eu também estou desempregada e a ginástica é grande.

    Sinceramente também já não sei como poupar mais. Enfim...

    Beijinhos
    Margarida

    https://minhacasadopatio.blogspot.com

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  3. Tenho sempre esse habito, quando recebo a poupança é a primeira coisa a ser feita. E acho que irá ser sempre assim, independentemente do valor a poupar o habito está la. Não sei como será o futuro, mas por vezes em conversas com as minhas amigas já casadas costumo dizer, "nem que sejam 25€/mês".

    beijinho

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