Hoje num comentário no blog da Cláudia li:
"Por alguma razão a gente sabe notar os filhos únicos logo aos primeiros contactos"
Pois que há muitas pessoas que são filhos únicos sem ser por opção, o meu pai era filho único, eu sou filha única e o meu filho é filho único, cada um de nós foi/é assim sem ter sido opção dos nossos pais, o que é que temos em comum: adoramos o nosso espaço, o silêncio/sossego, ler, passear na natureza, as nossas coisas, a organização, somos meticulosos na escolha dos amigos, podemos ter os doces espalhados pela casa sem haver a probabilidade de daí a uma hora já não existirem, e contrariando o que sempre ouvi dizer não, não somos egoístas ou pelo menos não somos mais que os que têm irmãos, muito pelo contrário, todos os meus primos têm irmãos, todos os primos do meu filho têm irmãos e todos eles são bem mais egoístas que nós, esta será uma descrição da parte boa, a parte má, nenhum de nós tem/teve com quem falar/ralhar/brincar/barafustar/descomprimir, os primos estão longe ou nas casas deles e eles têm irmãos pelo que não entendem o nosso lado, quando os pais envelhecem, somos apenas um para tratar de tudo por eles (finanças, segurança social, médicos, farmácias, exames, edp, água, compras de supermercado, etc) e mais uma vez não temos em quem nos apoiar, os pais colocam todas as expectativas numa única pessoa, se fazemos algo errados sentimos o peso da censura de toda a gente, somos "obrigados" a nunca falhar, a ocultar o que sentimos, pois se fizermos/reagirmos como os que têm irmãos ouvimos logo a expressão "vê-se bem que és filho único" ao que eu acrescento logo como arma defensiva "ainda bem"...
Os filhos únicos notam-se ao longe... sim, talvez se notem mas para mim cada filho é único, eu tenho um mas podia ter 4 e cada um deles seria único, tal como as suas perdas o foram...
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